Além de culpar o Capitalismo por uma série de problemas que na realidade são causados por sua ausência, fantasmas usados para tentar provar que a liberdade “não dá certo”, o anti-capitalista também acusa o Capitalismo de promover coisas que de fato são crimes.
O esquerdista afirma que no Capitalismo quem é rico pode tudo. Mas Capitalismo existe quando o governo garante a defesa da vida, propriedade e liberdade de todos os cidadãos – aplicando as mesmas leis a todos.
Um governo Capitalista só se ocupa de uma coisa: defender os direitos individuais. E quem é rico também não tem permissão para matar, roubar ou fraudar.
A se ouvir o anti-capitalista, no Capitalismo seria perfeitamente normal, por exemplo, uma empresa misturar produtos químicos ao leite e vendê-lo. A população sofreria as conseqüências e não poderia fazer nada contra a poderosa corporação. Nada mais falso.
Em primeiro lugar, se alguém secretamente mistura em um alimento um produto que cause danos à saúde do consumidor, isto é um crime contra a vida. Ás vítimas cabe compensação na medida do dano causado. No Capitalismo, uma ação judicial obrigaria quem fizesse tal coisa a reparar o dano causado e penalizaria o culpado.
Em segundo lugar, vender como “leite in natura” um produto que na realidade é uma mistura de leite, soro de leite, soda cáustica e água oxigenada é fraude. É um crime contra a propriedade. No Capitalismo caberia também compensação às partes enganadas, mesmo que não houvesse dano à sua saúde.
O governo, portanto, cumpre seu papel – garante através da polícia e dos tribunais que aqueles que violam os direitos dos cidadãos são obrigados a repor as perdas que causam. Mas a virtude do sistema Capitalista não pára aí.
No Capitalismo não existe “selo de aprovação” do governo. A princípio pode parecer assustador que nenhum fiscal do governo verifique o leite que você compra, mas fiscais do governo são poucos e corruptíveis – como mostra a história recente.
No Capitalismo não basta satisfazer o fiscal do SIF e ganhar o carimbo de qualidade do governo. Como o governo não dá certificado de qualidade, a imagem da empresa é fundamental – especialmente quando se trata de algo como comida.
Se não houvesse um governo lhe garantindo que todos os produtos à venda tem qualidade você compraria qualquer marca de leite? E você acha que o empresário, nestas condições, estaria mais ou menos disposto a arriscar sua imagem?
No Capitalismo o governo não fiscaliza nada até que haja evidência de um crime. Isto significa que o cidadão precisa ser mais responsável com o que faz. Mas no Capitalismo o governo pune severamente quem comete um crime – é esta sua única função.
No Capitalismo, portanto, se envolver em um “esquema” de adulteração como o recentemente descoberto significa a completa ruína para o empresário. Uma população consciente nunca mais confiaria naquela empresa, e um governo defensor de direitos o faria pagar pelos crimes que cometeu.
O Capitalismo não tolera crimes econômicos, quando são verdadeiramente crimes. Isto difere muito do que acontece no sistema em que vivemos. Não existe Capitalismo no Brasil, e nunca existiu. O que existe é um misto entre liberdade e intervenção governamental – com muita intervenção na mistura.
No sistema misto não há clareza na definição dos crimes. O governo Capitalista identificaria claramente os crimes contra a vida e contra a propriedade. Para o governo fiscalizador não há estes princípios, a adulteração do leite passa a ser uma violação de “padrões”, uma “não conformidade”.
No sistema misto não há clareza na identificação dos criminosos. O governo compartilha da culpa por “falhar na fiscalização” – não é o desonesto que resolveu deliberadamente enganar as pessoas o único culpado. Como se fosse normal enganar os outros quando o governo não está olhando.
No sistema misto não há reparação justa. Os consumidores fraudados não receberão nada. Os consumidores que tiverem danos à sua saúde provavelmente receberão compensação do governo. Ou seja, inocentes pagarão através de impostos pelo crime de outros.
No sistema misto não há verdadeira responsabilidade. A população reclama da incapacidade do governo em protegê-la e continua comprando produtos sem a menor preocupação com sua procedência ou com quem os faz. A empresa que adulterou toneladas de leite não terá dificuldade de permanecer no mercado – basta conseguir o carimbo da SIF.
Frente a essas iniqüidades o anti-capitalista oferece como solução aumentar as causas do problema. Mais fiscalização, mais interferência do governo, cada vez menos responsabilidade individual do cidadão.
Esse remédio, que na verdade é aumentar a dose do veneno, nunca vai resolver o problema. O aumento da interferência governamental na economia culmina na estatização. E aí tem se o governo fiscalizando o próprio governo, e completamente imune à concorrência e à vontade do cliente. Toda vez que isto foi tentado, o resultado foi um completo desastre.
O verdadeiro remédio é parar de tomar o veneno: reduzir a interferência do governo na economia, devolver a responsabilidade ao cidadão e proteger seus direitos. O remédio é o Capitalismo.