Para entender a questão imagine o seguinte: você deposita R$100 no seu banco. Seu banco pode emprestar esse dinheiro para o fulano A. Digamos que o fulano A pega esse dinheiro e deposita na conta dele. O banco dele pode emprestar esse mesmo dinheiro para o fulano B.
Olhe o que aconteceu. Havia R$100. Agora você tem R$100 na sua conta, o fulano A tem R$100 na conta dele e o fulano B tem R$100 na conta dele - e o banco dele ainda pode emprestar o dinheiro de novo!
Para que a quantidade de reais não se torne infinita, cada vez que um Banco empresta dinheiro que tem em depósito, o governo obriga o banco a depositar uma parte no Banco Central - é o depósito compulsório.
Digamos que o compulsório seja de 50%. Quando seu banco empresta seu dinheiro, deposita R$50 no BC e empresta R$50. Quando o fulano A coloca os R$50 na conta dele e o banco dele empresta de novo, o banco deposita R$25 no BC e empresta R$25. É fácil ver como isto limita a quantidade de vezes que o mesmo dinheiro é multiplicado - e limita portanto a quantidade de reais que existem em circulação.
Voltemos ao presente. O que acontece se o governo reduzir o compulsório? Os bancos vão poder emprestar o mesmo dinheiro mais vezes. Aumenta a oferta de crédito? Sim! Os bancos tem mais dinheiro para oferecer. Mas aumentou alguma coisa a quantidade de bens que existem no Brasil? Não! O aumento na quantidade de dinheiro é simplesmente um truque de contabilidade!
O que acontece quando aparece mais reais mas continua existindo a mesma quantidade de coisas para comprar? INFLAÇÃO.
Inflação não é culpa do dólar, nem do petróleo nem do empresário. Inflação é culpa do governo e a redução do depósito compulsório é só um jeito bem prático de fazer uma boa inflaçãozinha.
É hora de apertar os cintos, pois pela primeira vez o PT está precisando fazer política econômica. E dá pra imaginar o que vem por aí.