Um artigo de Ali Kamel, jornalista e diretor da Rede Globo, trouxe à luz um fato sórdido. Um dos livros de história em uso na escola pública no Brasil dá uma aula de ideologia marxista, não de história.
No artigo “O que ensinam às nossas crianças”, Ali Kamel lista diversos absurdos do livro “Nova História Crítica, 8ª. Série”. Por exemplo, o ideal socialista garante “amplas liberdades democráticas” enquanto o capitalismo “funciona tanto com liberdades como em regimes autoritários”.
Há também o macabro texto sobre Mao Tse-tung, o pedófilo e assassino de dezenas de milhões que, segundo o livro, foi “um grande estadista e comandante militar. Escreveu livros sobre política, filosofia e economia. Praticou esportes até a velhice. Amou inúmeras mulheres e por elas foi correspondido”.
Não é surpreendente que cavando mais, Ali Kamel desenterrou coisa pior. No artigo subseqüente, “Livro didático e propaganda política”, o jornalista mostra nada menos do que propaganda político-eleitoral do PT e do governo Lula – no livro supostamente didático “Projeto Araribá, História, Ensino Fundamental, 8”.
Que é torpe submeter crianças à doutrinação política e ideológica, ainda mais na escola que são obrigados a freqüentar, é evidente a qualquer pessoa de bom senso. O que não é tão evidente é a cadeia de causas e conseqüências que permite que ocorra este absurdo.
Muitos de meus amigos, pessoas inteligentes e bem intencionadas, insistem em dizer que o problema da escola pública é que ela é de má qualidade. Estes livros com certeza comprovam que a escola pública é de má qualidade. O que eles têm dificuldade de entender, por não ser tão evidente, é que a escola pública é de má qualidade exatamente por ser pública. Causa e conseqüência.
A raiz do problema está na violação dos direitos individuais. Quando o governo expropria cidadãos inocentes, através dos impostos, viola seus direitos. Esta violação é a raiz do problema. Quando se compra um produto e ele é ruim, compra-se outro da próxima vez. A liberdade de escolha é o motor da qualidade. Como o governo tira a riqueza das pessoas à força, quem está pagando não tem como exigir qualidade.
Ao gastar uma fortuna em dinheiro roubado para operar escolas, o governo destrói toda uma fatia do mercado de educação. É por esse motivo que não existe escola particular barata no Brasil, quem vai abrir uma escola privada para competir com uma escola gratuita? O monopólio é do governo. Quem está usando também não tem como exigir qualidade.
Ao se tornar monopolista no ensino fundamental barato, o governo se torna o maior cliente de material didático do país. Em uma escola privada, o material seria escolhido com base na melhor relação de benefício e custo.
Para um governo custo não é fator relevante – sempre se pode aumentar a receita. Benefício também não é essencial – sua receita não depende da qualidade do serviço prestado. É surpreendente então que a decisão seja pautada pelo que realmente mais preocupa o governo? E qual é o objetivo maior do PT se não permanecer no poder? Nada como uma geração inteira doutrinada no marxismo para ajudar.
Ninguém se surpreende se editoras de livros subornam agentes do governo para conquistar uma fatia desse fabuloso “mercado” que são as escolas públicas. Como eu já disse antes, impostos causam corrupção. O que vemos aqui é algo diferente, embora igual. Suborno agora não é só dinheiro.
Com o PT no poder, oferecer dinheiro para tirar uma casquinha da fortuna roubada via impostos do cidadão produtivo é só o começo. Muito melhor é oferecer a eles o que eles realmente querem: justificativa moral e meios para se perpetuarem no poder.
Quer vender uma pequena fortuna em livros? Coloque neles propaganda eleitoral. Quer uma concessão de rádio ou TV? É só comprar um partido político e apoiar o governo. Quer ser diretor da mais recente baboseira governamental? Bastam alguns anos escrevendo artigos glorificando o governo. É o suborno moral.