05 janeiro, 2008

Espectro político: Comunismo

O Capitalismo permite a máxima liberdade, quando representamos o espectro político como a região definida pelas liberdades econômica e pessoal, ocupa o topo da figura.

À direita ficam os regimes que dão liberdade econômica, mas policiam a vida pessoal do cidadão proibindo comportamentos que não violam os direitos à vida, propriedade e liberdade de ninguém ou impondo comportamentos que o governante acha desejável. Estes regimes são tipicamente baseados em convicção religiosa, de modo que os generalizei como Teocracia.

Na zona cinzenta central ficam regimes sem princípios definidos, que violam em parte tanto as liberdades pessoais quanto as econômicas, bem como a Anarquia. Numa anarquia não há um governo para violar sistematicamente os direitos, mas também não há nada que impeça qualquer um de violá-los. Todo cidadão precisa estar continuamente alerta para se defender de todos.


Um regime que desse ao cidadão a completa liberdade pessoal – como se vestir, com quem se relacionar, quando e onde expressar sua opinião, com que princípios educar seus filhos, a opção de ter filhos – mas controlasse completamente a vida econômica de todos, este regime se situaria no canto esquerdo da figura.

Naturalmente este regime de controle puramente econômico é tão impossível quanto sua contraparte à direita. Da mesma forma como foi visto que é impossível ter plena liberdade econômica sem liberdade pessoal, aqui o mesmo se repete de forma reversa: é impossível ter plena liberdade pessoal sem liberdade econômica.

Que significa a liberdade de como se vestir se a produção e distribuição de roupas são completamente controladas pelo governo? A vida do homem é uma vida econômica – os bens materiais estão envolvidos em tudo o que fazemos, mesmo na vida pessoal.

Existem, no entanto, regimes que se aproximam desta situação. O ideal comunista é de uma sociedade em que toda a ação econômica é planejada, evitando os “problemas” e “injustiças” do Capitalismo. Quanto à vida pessoal do cidadão, com isso o comunista se preocupa pouco. Em troca da completa escravidão econômica, oferece liberdade pessoal.

É claro que na prática isto não funciona. As pessoas não se esforçam para produzir quando sabem que o resultado não será para seu próprio proveito. As pessoas não aceitam docilmente a escravidão, mesmo quando o mestre de escravos é um governo que eles mesmos colocaram no poder.

A história de todos os regimes deste gênero é de uma progressiva violação das liberdades pessoais, necessária para conseguir manter a dominação econômica. É esta a explicação para a supressão da religião, da liberdade de imprensa, da liberdade de ir e vir, da leitura de livros “ideologicamente incorretos” e todas as demais violações de liberdade pessoal que sempre acompanham o Comunismo.

Governos que dominam a vida econômica: inicialmente pode haver liberdade pessoal, mas a manutenção do controle estatal da economia requer um governo progressivamente totalitário (1)


A Venezuela de hoje é um excelente exemplo de como um regime que pretende controlar a economia progressivamente viola também as liberdades pessoais para conseguir manter-se no poder – mesmo quando originalmente eleito por desejo popular.