Qual a origem do Universo? Esta é provavelmente a questão metafísica mais discutida em todos os tempos. Há respostas teológicas, respostas científicas, qual a resposta filosófica racional?
Existir é possuir identidade. Algo que surge espontaneamente do nada é uma violação da identidade, assim como algo que simplesmente deixasse de existir. Qualquer teoria sobre a origem do Universo que se baseia no aparecimento de algo a partir do nada é, portanto, irracional. Notem que a concepção mais difundida do “Big Bang” é um exemplo de uma teoria irracional. A idéia que o nada explodiu criando alguma coisa é absurda.
É evidente que muito estudo científico fundamenta o “Big Bang”. Medidas do movimento relativo das galáxias, por exemplo, indicam que elas estão se afastando. Pode-se deduzir que no passado elas estiveram mais próximas. A idéia que houve uma explosão de escala universal não é em si o problema. É a criação de algo a partir do nada que é metafisicamente impossível. Se houve “Big Bang”, alguma coisa explodiu.
As respostas teológicas à questão são derrotadas pela própria metafísica racional: a precedência da existência. “Quem criou o universo?” é uma pergunta inválida, pois ela já contém uma contradição. O Universo é o conjunto de tudo o que existe, para “alguém” ser capaz de criar algo é preciso primeiro que “alguém” exista. Fica evidente que o Universo, como inclui tudo o que existe, não pode ter sido criado. A existência é primária.
Se é impossível o algo surgir do nada, se é impossível ter consciência sem existência, a resposta para a pergunta “Qual a origem do Universo” só pode ser uma: o Universo não tem origem, nem pode ter. Tudo que existe faz parte do Universo, a causalidade é válida entre elementos da existência – o conjunto não pode ter causa, ele contém todas as causas. O Universo simplesmente existe.