A ética racional é o conjunto de princípios que guia as decisões de um indivíduo racional. A ética racional tem como objetivo máximo a própria vida do indivíduo – entendida não apenas como sua sobrevivência física mas também a preservação de sua mente, sua racionalidade. Assim o certo é aquilo que contribui para a vida de um ser racional, o errado é aquilo que a destrói.
Os princípios que compõe a ética racional são derivados da realidade, e da natureza do homem. Não há mandamentos mas à luz destes princípios o indivíduo pode encontrar a decisão correta em cada circunstância – aquela que contribui para sua vida.
Racionalidade
O homem não possui mecanismos automáticos de sobrevivência como as plantas, nem possui instinto que o permita sobreviver como os animais. O homem sobrevive através do pensamento racional. A razão é o processo de observar e entender a realidade. Não é um processo automático, precisa ser conscientemente exercido.
A Racionalidade é a virtude de usar a razão para guiar suas escolhas, suas ações. A Racionalidade significa rejeitar as emoções como forma de tomar decisões. A Racionalidade é a virtude primária da qual as outras derivam.
O principio da Racionalidade é: usar sempre a razão para nortear as decisões.
Independência
Não existe pensamento coletivo. A razão é um fenômeno individual, assim como a decisão. É impossível pensar junto com outra pessoa, embora seja possível comunicar a outro suas idéias e seja possível que outro replique seu pensamento. É impossível decidir junto com outra pessoa, embora seja possível que muitos tomem decisões iguais em circunstâncias iguais.
A Independência é a virtude de reconhecer a própria razão como forma de conhecimento única e suficiente. A Independência significa rejeitar a imitação como forma de tomar decisões.
O princípio da Independência é: confiar sempre no próprio julgamento para tomar decisões.
Honestidade
A realidade é o que é. As coisas têm natureza determinada e se comportam de acordo com sua natureza. O homem tem a capacidade de alterar o ambiente em que vive, mas não tem a capacidade de alterar a natureza da realidade – pelo contrário, só é capaz de alterar as coisas na medida que age de acordo com a natureza delas.
A Honestidade é a virtude de reconhecer a realidade como ela é, não como se gostaria que fosse. Significa reconhecer que não adianta desejar que as coisas sejam diferentes para mudá-las, é preciso agir, e que uma ação só é eficaz quando respeita a natureza das coisas.
A Honestidade significa rejeitar a fuga como forma de decisão, nunca esperando que ignorar um problema o faça deixar de existir. Significa rejeitar a fantasia, reconhecendo que a simples vontade não altera os fatos.
O princípio da Honestidade é: lidar sempre com a realidade e com todas suas conseqüências ao tomar decisões.
Produtividade
O homem não é uma consciência flutuante, possui existência física. Sua fisiologia requer materiais – tais como comida, bebida, abrigo, saneamento, remédios e inúmeros outros. A vida como ser racional requer muito mais – informação, entretenimento, arte, lei. Aos materiais úteis à vida humana chamamos riqueza.
A produtividade é a virtude de gerar, através da ação, bens materiais em suporte da própria vida. Significa reconhecer que nada é dado ao homem livre de esforço, toda a riqueza é produzida pela ação humana. Significa não esperar ter mais riqueza do que se produz.
O princípio da Produtividade é: produzir, pelo pensamento e ação, a riqueza em benefício da própria vida.
Este conjunto de princípios, derivados da natureza do homem – um ser vivo, racional e provido da capacidade de escolher – são a base da ética racional. Nos artigos seguintes cada uma destas virtudes será abordada individualmente e em maior detalhe.
30 novembro, 2006
Quem precisa de Ética?
O que é ética? O termo é usado como sinônimo de honestidade ou moralidade, ou de forma mais ampla para representar o conjunto de comportamentos entendidos como “o que é certo”. Este último entendimento é o mais próximo do correto, sendo a honestidade um dos comportamentos usualmente defendidos como certo e a moralidade a característica de quem vive de acordo com os preceitos éticos. Esta definição não aborda de onde surgem as normas éticas, e esta é a questão essencial.
Esta dificuldade é em geral resolvida pelo apelo às normas religiosas ou sociais. No primeiro caso a ética passa a ser o conjunto de mandamentos de uma dada religião que, recebidos por iluminação divina, não precisam de justificativa alguma – são aceitos pela fé (ou seja, sem motivo) assim como a própria existência da divindade.
No segundo caso atribui-se a determinação do que é certo a um corpo de normas legais ou tradicionais. Neste caso o certo é simplesmente o que está na lei, ou é simplesmente o tradicional – definido “pela sociedade”. Esta postura é mais destrutiva que a irracionalidade da religião, por incrível que pareça. Enquanto no caso religioso se estipula uma ética arbitrária, no caso legalista ou social em essência se nega a existência de “certo” e “errado” objetivos – por serem tais julgamentos meramente convenção social.
A definição correta para ética é: um conjunto de princípios que guiam o homem em suas decisões. A ética precisa ser um conjunto de princípios, e não de regras, pois necessariamente precisa ser aplicável a todas as circunstâncias. Um conjunto de regras se aplica somente aos casos e nos contextos para os quais as regras foram concebidas.
Um aspecto interessante a notar é que a ética não é decorrente da vida em sociedade, não se baseia nem tem a função primária de regimentar o convívio entre pessoas. Uma pessoa sozinha em uma ilha deserta tem necessidade de tomar decisões, vai construir abrigo e procurar comida ou vai esperar socorro enquanto se embebeda com o uísque que encontrou nos restos do naufrágio? O náufrago precisa de ética.
Para tomar uma decisão é preciso ter um objetivo. Uma decisão a tomar é irrelevante quando quem está escolhendo é absolutamente indiferente em relação todas as escolhas possíveis. Uma decisão só tem relevância quando quem decide prefere uma alternativa à outra, e esta preferência só pode ser estabelecida tendo um objetivo em vista. A opção escolhida será aquela que contribui para o objetivo, a escolha descartada será aquela que não contribui ou contribui menos.
Se a ética é um conjunto de princípios que guia o homem em suas decisões, necessariamente ela presume um objetivo. A ética religiosa em geral estipula um objetivo arbitrário – ir para um mundo melhor após a morte, reencarnar como um ser superior, alcançar um estado “mais elevado”. Uma ética racional requer também um objetivo, mas não pode ser baseada em algo que não existe.
Vida ou morte é a alternativa fundamental para os seres vivos, a vida requer ação – a morte não. Para o homem, agir requer pensar e decidir. O homem não tem instinto nem mecanismo automático de sobrevivência – se o homem deseja viver, precisa pensar. Dado que quem toma uma decisão é um indivíduo – um ser vivo, racional – só há um objetivo máximo que pode ser a base para orientar suas escolhas: a sua própria vida como ser racional. Caso não escolha viver, também não precisará de ética.
A ética racional é fundamentada neste fato: a ética, um conjunto de princípios que guiam a tomada de decisão, é necessária para indivíduos racionais que desejam viver. A vida de cada indivíduo é portanto seu objetivo final. A vida de um ser racional não se trata meramente de não ser um cadáver, trata se de preservar a vida e a razão. A razão é o que dá ao homem sua identidade, e é seu mecanismo de sobrevivência.
Esta dificuldade é em geral resolvida pelo apelo às normas religiosas ou sociais. No primeiro caso a ética passa a ser o conjunto de mandamentos de uma dada religião que, recebidos por iluminação divina, não precisam de justificativa alguma – são aceitos pela fé (ou seja, sem motivo) assim como a própria existência da divindade.
No segundo caso atribui-se a determinação do que é certo a um corpo de normas legais ou tradicionais. Neste caso o certo é simplesmente o que está na lei, ou é simplesmente o tradicional – definido “pela sociedade”. Esta postura é mais destrutiva que a irracionalidade da religião, por incrível que pareça. Enquanto no caso religioso se estipula uma ética arbitrária, no caso legalista ou social em essência se nega a existência de “certo” e “errado” objetivos – por serem tais julgamentos meramente convenção social.
A definição correta para ética é: um conjunto de princípios que guiam o homem em suas decisões. A ética precisa ser um conjunto de princípios, e não de regras, pois necessariamente precisa ser aplicável a todas as circunstâncias. Um conjunto de regras se aplica somente aos casos e nos contextos para os quais as regras foram concebidas.
Um aspecto interessante a notar é que a ética não é decorrente da vida em sociedade, não se baseia nem tem a função primária de regimentar o convívio entre pessoas. Uma pessoa sozinha em uma ilha deserta tem necessidade de tomar decisões, vai construir abrigo e procurar comida ou vai esperar socorro enquanto se embebeda com o uísque que encontrou nos restos do naufrágio? O náufrago precisa de ética.
Para tomar uma decisão é preciso ter um objetivo. Uma decisão a tomar é irrelevante quando quem está escolhendo é absolutamente indiferente em relação todas as escolhas possíveis. Uma decisão só tem relevância quando quem decide prefere uma alternativa à outra, e esta preferência só pode ser estabelecida tendo um objetivo em vista. A opção escolhida será aquela que contribui para o objetivo, a escolha descartada será aquela que não contribui ou contribui menos.
Se a ética é um conjunto de princípios que guia o homem em suas decisões, necessariamente ela presume um objetivo. A ética religiosa em geral estipula um objetivo arbitrário – ir para um mundo melhor após a morte, reencarnar como um ser superior, alcançar um estado “mais elevado”. Uma ética racional requer também um objetivo, mas não pode ser baseada em algo que não existe.
Vida ou morte é a alternativa fundamental para os seres vivos, a vida requer ação – a morte não. Para o homem, agir requer pensar e decidir. O homem não tem instinto nem mecanismo automático de sobrevivência – se o homem deseja viver, precisa pensar. Dado que quem toma uma decisão é um indivíduo – um ser vivo, racional – só há um objetivo máximo que pode ser a base para orientar suas escolhas: a sua própria vida como ser racional. Caso não escolha viver, também não precisará de ética.
A ética racional é fundamentada neste fato: a ética, um conjunto de princípios que guiam a tomada de decisão, é necessária para indivíduos racionais que desejam viver. A vida de cada indivíduo é portanto seu objetivo final. A vida de um ser racional não se trata meramente de não ser um cadáver, trata se de preservar a vida e a razão. A razão é o que dá ao homem sua identidade, e é seu mecanismo de sobrevivência.
16 novembro, 2006
Depressão pós-pleito
Lula reeleito. Reeleito sobre dois pilares: o estado assistencialista, a que seu adversário não se opunha, e a estatização da economia, que seu adversário jurou também defender. No confronto entre dois defensores da mesma idéia, ganha o mais consistente. Foi o que aconteceu.
A reeleição de Lula é o triunfo da democracia ilimitada, é a maioria escolhendo viver às custas da minoria - que é a essência do assistencialismo. Esta maioria não se trata de gente buscando justiça - embora use como bandeira o termo "justiça social". Trata se de gente alheia ao fato de que o dinheiro "do governo" é dinheiro tirado à força de gente honesta, e de gente que acha mesmo que tem direito ao que é dos outros por ser mais pobre.
A reeleição de Lula é também o triunfo dos canalhas, cujo maior interesse é agigantar o estado para conquistar pelo jogo político influência e riqueza que nunca seriam capazes de obter pelo trabalho honesto. Essa é a essência do estado na economia. A interferência estatal nunca aumenta a riqueza da nação - só a dos governantes desonestos.
Agora veremos o espetáculo deles que acham que conseguem "fazer" o país se desenvolver, quando é exatamente seu "fazer" que tira de nós - os cidadãos comuns e produtivos - toda a oportunidade de trabalhar, empreender, investir. Veremos o espetáculo dos que demonizam o "patrão" tentando combater o desemprego.
O Brasil continuará a ficar para trás enquanto o mundo segue em frente, a duras penas pois o mal que nos aflige também se manifesta lá fora.
A reeleição de Lula é o triunfo da democracia ilimitada, é a maioria escolhendo viver às custas da minoria - que é a essência do assistencialismo. Esta maioria não se trata de gente buscando justiça - embora use como bandeira o termo "justiça social". Trata se de gente alheia ao fato de que o dinheiro "do governo" é dinheiro tirado à força de gente honesta, e de gente que acha mesmo que tem direito ao que é dos outros por ser mais pobre.
A reeleição de Lula é também o triunfo dos canalhas, cujo maior interesse é agigantar o estado para conquistar pelo jogo político influência e riqueza que nunca seriam capazes de obter pelo trabalho honesto. Essa é a essência do estado na economia. A interferência estatal nunca aumenta a riqueza da nação - só a dos governantes desonestos.
Agora veremos o espetáculo deles que acham que conseguem "fazer" o país se desenvolver, quando é exatamente seu "fazer" que tira de nós - os cidadãos comuns e produtivos - toda a oportunidade de trabalhar, empreender, investir. Veremos o espetáculo dos que demonizam o "patrão" tentando combater o desemprego.
O Brasil continuará a ficar para trás enquanto o mundo segue em frente, a duras penas pois o mal que nos aflige também se manifesta lá fora.
Assinar:
Postagens (Atom)